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A torre mais famosa do mundo…
jul25

A torre mais famosa do mundo…

É impossível não vê-la… E uma das suas características: em cada local de Paris, ela é diferente. Ao longe, ela é escura e ínfima. De perto, é gigantesca, com a cor cobre resplandecente e, vista do alto de um monumento, cinza, combinando com o céu nublado e as outras construções. O símbolo mais marcante da cidade foi projetado para ser uma obra temporária… Ah, você não sabe da história?!     A Torre Eiffel foi construída por Gustave Eiffel para ser apenas uma instalação em comemoração ao centenário da Revolução Francesa na Exposição Universal de 1889. Dezenas foram contra o projeto, o que quase culminou em sua destruição em 1909. “Esse monte de ferro mancha a vista da cidade…” era um dos argumentos mais frequentes dos franceses conservadores. Provando ser um excelente local para antenas de transmissão de rádio, permaneceu intacta. Possui 324 metros de altura, com restaurantes, lojas e lanchonetes. A partir de 1985, a torre ganhou, durante à noite, uma iluminação amarelo-laranja, graças a 336 projetores e, a partir do final do ano 2000, nos cinco primeiros minutos de cada hora, 20.000 lâmpadas piscam sem parar, resultando em um efeito de “bolhas de champanhe”. A melhor visão da torre é no Trocadéro (localizado no pico da colina de Chaillot). A estação de metrô possui o mesmo nome e há várias placas indicativas mostrando o local para você se deslumbrar com a imagem única! Ao sair, sentei nos degraus do Palais de Chaillot e fiquei observando a paisagem: as belas estátuas douradas brilhando com os raios de sol, a multidão emocionada, disparando suas máquinas fotográficas sem parar, as dezenas de jatos d’água da fonte… Não me importei com o tempo. Naquele momento, o relógio parou e meus pensamentos pararam. Sabe aqueles momentos em que você pensa: “Valeu cada centavo para estar aqui!”. Esse é um deles! Quando cheguei à base, um espanto: as filas para comprar ingresso eram descomunais. Nesse instante, agradeci imensamente a internet, pois comprei o ingresso antecipadamente e poupei 3 horas de espera. Na hora marcada, fui em direção à pequena fila que um atendente me mostrou. Mostrei o bilhete do ingresso para o rapaz e segui em direção ao elevador. Ao iniciar a subida, é impossível não ficar atento aos emaranhados de ferro pelos quais se passa. A velocidade não é alta, um excelente fator para observar a vista que inicia um processo de miniaturização. Se a vista do segundo andar é deslumbrante, no terceiro é magnífica. É algo surreal ver a cidade, com todas as suas ruas e monumentos, naquela altura. É fácil associar a projetos arquitetônicos, com linhas retas, triangulares, vários retângulos,...

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Paris x Mona Lisa
jul17

Paris x Mona Lisa

Uma certeza que posso oferecer: tudo o que você já escutou sobre Paris é verdade… E, ao mesmo tempo, uma mentira! Mesmo sendo uma contradição, a capital da França é a resposta para a pergunta: “Qual a cidade que eu não posso deixar de conhecer?!” Sim, ela é única, como Veneza ou Roma, mas todo o valor que centenas de pessoas, ilustres ou não, agregaram ao nome, transformaram Paris em uma experiência de valor incalculável, assim como um dos seus maiores ícones: a Mona Lisa! Como mencionei a obra, é complemente viável associar as características do quadro de Leonardo da Vinci diretamente com Paris. A fama: a obra iniciou sua fama mundial em 21 de agosto de 1911, quando foi roubada por um funcionário do museu. Dois anos depois, a obra foi encontrada na Itália. O ladrão, Vincenzo Peruggia, acreditava que o quadro deveria voltar para o seu país. Desde então, a pintura foi retratada por diversos artistas e estampada em todo tipo de produto; Jean Monnet, Julio Verne, Pierre-Auguste Renoir, Montesquieu, Picasso, Toulouse Lautrec, Victor Hugo, Piaf, Claude Monet, Gustave Eiffel, Napoleão Bonaparte… Filósofos reconhecidos, artistas de fama incontestável, personalidades imortais, enalteceram Paris como um local sublime. Não há como contestá-los! A dimensão: A Mona Lisa possui 77cm x 53 cm, algo surreal em comparação com a grandiosidade que o mundo oferece à obra. Muitos deixam o Museu do Louvre decepcionados com esse pequeno – sem trocadilho – detalhe; Paris é uma cidade de pequenas dimensões e, com suas fantásticas e eficientes linhas de metrô, você consegue conhecê-la rapidamente, em poucos dias. A aglomeração: Dezenas – e, dependendo do horário, centenas – de pessoas se espremem para ver o quadro. Nenhuma outra obra da sala importa. Em frente à Mona Lisa está exposta a magnífica, e de proporções gigantescas, “As bodas de Caná”, de Paolo Veronese. Uma ou outra pessoa oferece uma pequena e breve atenção a belíssima pintura para rapidamente voltar à Mona Lisa; Os turistas entram em um frenesi desesperador pelos pontos turísticos mais conhecidos e esquecem aqueles locais não mencionados em guias que podem, realmente, converter a viagem em uma experiência inesquecível. Às vezes, é salutar esquecer o óbvio! A beleza: Fato amplamente comentado! A Mona Lisa é feia, ou bonita?! O quadro é uma obra-prima ou um jogo de marketing? Ao vê-la, as suas concepções a julgarão. Ao contemplar a obra, escutei a conversa de dois rapazes: “Muito feia… Não vale o ingresso”. Em contrapartida, uma moça disse ao namorado: “É linda!”; Muita expectativa pode gerar uma grande decepção. Paris é uma cidade lindíssima, mas possui dezenas de problemas ou pontos que podem induzir...

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Uma gestação…
jul12

Uma gestação…

Há uma guerra… Os soldados, que lutam entre si, sabem que a recompensa está no topo de uma colina. Alguém afirmou isso! Mas a incerteza, originada por não enxergar o objetivo, faz suas mãos girarem a espada com menos ímpeto. De repente, uma bandeira vermelha, ainda encoberta pela névoa, aparece sorrateira. Gradativamente, ela desponta e se mostra por inteira. Os homens, fatigados, recuperam sua energia instantaneamente. A recompensa pelo esforço não é mais abstrata, escondida por nuvens… Materializou-se com o pequeno esvoaçar de um simplório pedaço de pano! Planejar uma viagem é algo subjetivo e muito trabalhoso, que envolve muitas ideias, fantasias e idealizações… e também pesquisas, leituras, organização e determinação. Assim como pais que tomam a decisão de ter filhos, nada é real enquanto o óvulo não se une ao espermatozóide. Apenas uma meta que foi traçada e é imprescindível a construção de um caminho a seguir, até a sua realização. Em relação a viagens, a “fecundação” é a aquisição da passagem. No momento que a transação é concluída, seus pensamentos – e muitos receios – se transformam. Os meus bilhetes eu adquiro, geralmente, de seis a nove meses antes de viajar… Uma gestação! Porque comprar com grande antecedência? Motivos simples e matemáticos: quanto mais cedo, mais em conta será o valor da passagem e, ao chegar a data da viagem, será uma despesa a menos, o que, em relação a viagens internacionais, é um imenso fator a se considerar. Mas, prepare-se! A terceira Lei de Newton diz: “A toda a ação corresponde a uma reação…” Economiza-se com a passagem, mas o tempo para “sofrer” com a angústia e ansiedade será maior. Uma equivalência de pontos contrários apresentados, com a mesma força e sentidos opostos. Enquanto um dirá: “Você vai viajar sozinho(a), durante todo esse tempo, para o exterior?”, outro afirmará: “Será algo inesquecível para sua vida…” As suas incertezas irão “nascer” e “morrer”, todos os dias… Para alimentar as suas esperanças, leia e pesquise muito. Saiba distinguir o que é interessante para sua viagem e o que é desnecessário. Veja muitas fotos! “Jogue no Google” o nome das cidades que fazem parte do seu roteiro e se esbalde com as imagens. Delicie-se! Tenha prazer em fazer o seu roteiro. Sonhe! Deixe fluir… Na vida, tudo possui o seu lado difícil e vários fatos convergem para ele insistir na tentativa de burlar os seus objetivos. Para concretizar mentalmente seu objetivo, assim como o soldado na busca pela sua recompensa, tenha algo para recorrer como amuleto: o ticket da sua passagem, a compra de euros ou dólares, o email de confirmação da sua reserva para jantar naquele restaurante que...

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Ata-me! Envolva-me! Deseja-me!
jul03

Ata-me! Envolva-me! Deseja-me!

“A intensidade pode ser medida pelo efeito que ela produz”. Experimente uma simples bola de sorvete de chocolate, sem nenhuma iguaria acrescida e, depois, uma porção do mesmo sorvete, com pequenos pedaços de trufas, amêndoas laminadas delicadamente carameladas e uma calda espessa de chocolate suiço meio amargo. A necessidade física de glicose se acalmaria com o primeiro, mas seus sentidos ansiariam com uma força colossal pelo segundo. A razão? Intensidade está diretamente ligada com desejo, força e… paixão! Sendo humano, obviamente, em algum momento da sua trajetória, a paixão fez parte do seu cotidiano… ou foi ele por inteiro! Iniciou-se na sua concepção, com um ato apaixonado entre seus pais, e o acompanhará até o fim. Um sentimento que ultrapassa conceitos, idade, gênero e barreiras sociais, ocasionando uma excitação convincente, que direciona para um vício, servindo de “alimento” para a sensação de estar vivo! Lembro-me, vagamente, da primeira vez que escutei algo relacionado a mim e sentimentos exacerbados: “O seu filho é muito intenso. Uma energia que necessita extravasar… Inscreva-o em atividades físicas!” Minha mãe escutou calmamente o conselho da professora e, na semana seguinte, eu estava matriculado em aulas de karatê. Sendo uma pessoa com emoções desenfreadas, não seria nenhuma surpresa a minha escolha para destino da minha primeira viagem: a Espanha! Os espanhóis – e o seu país – fazem por merecer a fama de um povo com emoções fortes, ardentes e repletas de força. Pela forma acalorada, muitos turistas os consideram grosseiros, algo completamente esquecido depois de alguns dias em qualquer cidade espanhola. As cores vibrantes das suas roupas; A forma direta de falar, com o olhar fixo nos seus olhos; Os passos largos, precisos, transmitindo a mensagem: “não posso perder tempo da minha vida” e a alegria apaixonante, mesclada com a sedução inflamada, são apenas algumas das características singulares – e únicas – dos habitantes, que se fundem com todas as particularidades espanholas, tornando o país um lugar inesquecível. Sevilha, situada no sudoeste, capital da Andaluzia, é uma excelente opção para constatar todos esses fatos. Quarta maior cidade da Espanha, além de reconhecida pela sua história, relacionada aos imperadores romanos Trajano e Adriano, e com um patrimônio histórico monumental, possui a maior catedral gótica do mundo, a Catedral de Sevilha (também conhecida como Catedral de Santa Maria da Sede), com a La Giralda, a torre símbolo da catedral, com um claustro conhecido como o Pátio das Laranjeiras. Uma visita indispensável em seu roteiro, principalmente para se surpreender com a Sacristia Mayor e a Sala Capitular da catedral. Depois de “cumprir” as obrigações turísticas, deixe-se perder pelas pequenas ruelas da cidade para encontrar – o que não...

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Ledo engano?!
jun28

Ledo engano?!

Ledo engano é um termo usado quando alguém cometeu um erro ou engano, geralmente de boa-fé, ou seja, quando a pessoa não tem a intenção de fazê-lo. A palavra ledo vem do latim e significa “risonho; alegre”, portanto a expressão significa engano alegre. Texto da contracapa de “Risíveis Amores”, livro de Milan Kundera: “Mas o engano, que se inicia como brincadeira, mostra como, na realidade, o autoengano governa todos os aspectos da vida”. Somos completamente suscetíveis a nos iludir em nossos atos e, lamentavelmente, levamos esse padrão pouco consciente no decorrer de nossa jornada. Imagine-se todos os dias em uma rotina robótica, em que todos os passos são cronometrados – não será isso, então, a mais pura verdade?! Um engano confortável! O seu “mundo” torna-se uma esfera limitada pelo trabalho, um ou outro ambiente distinto e a sua casa, onde a cama o espera, completamente adaptada para os seus padrões “corretos” e “seguros”. Ao levar sua existência como uma linha reta, a vida (esta criança esperta e maliciosa) faz um pequeno nó… e todas as ações conspiram e interagem para atiçar a sua coragem de conhecer algo novo, o que está ligado diretamente, enraizado na mente humana, ao ato de viajar. Receio? Um abismo! Dúvidas? Milhares! Mas algo diferente suplanta tudo isso: o entusiasmo faz seus pensamentos latejarem. E, mesmo com todas as angústias na bagagem, você inicia sua viagem! Quando desembarquei do ônibus que me levou até o centro de Madrid, em minha primeira viagem internacional, meu autoengano foi destruído: o mundo era muito maior do que aquilo que estava ao “redor do meu umbigo”. O aspecto infantil era visível: eu olhava as placas, prestava atenção em todas as pessoas, nos automóveis, ruas, vitrines, e meu cérebro começou a trabalhar exageradamente. Somos “programados” para nos acostumar com rotinas, como andar de bicicleta e dirigir um carro, mas, ao levar novas informações e imagens para a mente (que impõe as regras, modifica, organiza e se adapta), ela quebra o padrão para novos processos. Então, você se transforma! Para descansar de tamanha sobrecarga cultural, os grandes centros dispõem de parques, no meio do caos urbano, de uma beleza e paz incomparáveis. Já que mencionei Madrid, a cidade oferece o majestoso Parque del Retiro, criado entre 1630 e 1640, com uma área de 118 hectares. É a área verde mais simbólica da capital da Espanha. Entre as inúmeras atrações, há o conhecido Passeo de las Esculturas, uma grande alameda rodeada por doze estátuas dedicadas aos reis espanhóis, ricamente florida na primavera. O Monumento a Affonso XII, localizado em um lago artificial em que se pode alugar barquinhos para navegar, é um...

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O “Nascimento da vida”, ou de um desejo…
jun21

O “Nascimento da vida”, ou de um desejo…

Durante minha vida estudantil, participei do imenso grupo que abominava as disciplinas exatas (Matemática e derivadas) e idolatrava as humanas (História, especificamente). Como um adolescente que sonhou seguir diversas profissões (de astronauta a médico infectologista), minha imaginação era algo potente e capaz de criar cenários e situações incrivelmente reais. Analisando pela perspectiva atual, esse poder ilusório amadureceu, juntamente com meus ideais, com outro nome “mais adulto”: sonhos! A recordação é nítida: ao abrir um novíssimo livro de História, no início de um ano escolar, eu a vi pela primeira vez… Uma paixão arrebatadora! Antes que seus pensamentos o(a) levem a acreditar que era uma pessoa – uma paixão juvenil –, esclareço: foi  uma igreja. Irônico, não é mesmo?! Rapidamente, li as informações sobre o local: “A igreja da Sagrada Família, localizada em Barcelona/Espanha, é um projeto de Antonio Gaudí, que faleceu antes de ver a sua obra concluída, atropelado por um bonde em 1926. Atualmente, a igreja recebe doações para finalizar suas obras”. Após imaginar diversas cenas, inclusive de como chegar até a Espanha, fechei o livro e prometi conhecê-la. Alguns anos se passaram, novas ideias, objetivos e sonhos. Infelizmente, nossa mente sobrepõe novos conceitos e esquecemos, às vezes para sempre, de algumas promessas que poderiam trazer grandes felicidades. Mas a vida sempre está disposta a nos resgatar e jogar a semente novamente. Sou fã incondicional do diretor espanhol Pedro Almodóvar e, ao assistir em 1999 o seu grande sucesso “Tudo sobre minha mãe”, o sonho reacendeu: em uma cena, a personagem Manuela (Cecilia Roth) retorna a Barcelona. Em um instante, o táxi para e ela abre o vidro para contemplar a Igreja da Sagrada Família. Na mesma semana, comprei minha passagem! Durante nove meses – uma gestação –, organizei todos os detalhes possíveis e imagináveis. Em uma previsão rica de detalhes, simulei todas as situações que poderiam ocorrer. Seria minha primeira viagem internacional e, o medo de muitos, sozinho. Em um caderno, anotei todos os passos, detalhes, hotéis, informações… Uma Bíblia seguida fielmente. O custo de uma viagem para outro país é alto e eu não poderia passar por crises financeiras durante o percurso. E assim – já que comparei com o livro religioso –, o primeiro mandamento da minha vida de turista surgiu: Planejamento acima de tudo! Barcelona foi inserida no início do roteiro, típico de uma pessoa que começa a comer o bolo pelo recheio. Uma visita rica em detalhes: peguei um táxi, escutando a mesma música usada no filme do Almodóvar nos fones de ouvidos e estacionei em frente à igreja. A imaginação adolescente, transformada em sonho de adulto, estava materializada e eu poderia tocá-la, apreciar todos...

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