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As ilhas de Paris

As ilhas de Paris

Gárgulas da Notre Dame

Gárgulas da Notre Dame

Na extensão do rio Sena há duas ilhas. Uma delas, em forma de barco, foi o local onde Paris nasceu. No século III a. C., os parisi, uma tribo celta, se fixou na ilha. Ao longo dos anos, defenderam o seu habitat até a chegada dos romanos, que transformaram o local em uma típica cidade romana, expandindo-a para as margens do rio. Em seguida, os francos dominaram o local, tornando-o um grande pólo comercial, sendo muito cobiçada por outros reinos. Assim, surgia uma das maiores cidades da Europa Ocidental.

Catedral de Notre Dame ao pôr do sol

Catedral de Notre Dame ao pôr do sol

Mas não se engane! Mesmo analisando mapas, publicações, fotos, livros e guias sobre as ilhas, minha idealização das proporções eram muito distantes da realidade. Pequenas e compactas, as Îlle de La Cité e a Îlle de Saint Louise podem ser facilmente conhecidas em minutos. Enquanto a La Cité abriga relíquias como a Saint Chapelle e a Catedral de Notre Dame, a de Saint Louis é residencial, com bela arquitetura e um estranho silêncio.

A Saint Chapelle é um ponto turístico que não pode faltar em seu roteiro. Uma magnífica obra-prima do estilo gótico, foi projetada em 1241 e as obras iniciaram em 1246. Concluída rapidamente, foi construída pelo rei Luís IX para servir de capela do palácio real. Nessa época, o culto às relíquias de Cristo era muito popular e os reis tornaram-se grandes colecionadores desses objetos. Para santificação da igreja, o rei comprou do rei bizantino Balduíno II a suposta coroa de espinhos de Cristo. Informações afirmam que o objeto custou um valor maior que o utilizado na construção da igreja. Composta por dois andares, as verdadeiras relíquias do local são os belíssimos vitrais, com 1113 cenas que contam a história da humanidade através da Bíblia.

Catedral de Notre Dame

Catedral de Notre Dame

O outro símbolo da ilha não preciso dizer para estar em seu roteiro porque, provavelmente, já estará. A Catedral de Notre Dame de Paris é uma das mais antigas catedrais góticas da França e é o ponto central de Paris. A área já foi ocupada por outras construções religiosas. Em 1160, o bispo Maurice de Sully, focado em transformar a cidade em um grande pólo religioso, decidiu construir uma igreja digna da cidade. Três anos depois é iniciada a construção da catedral, levando quase dois séculos para ser finalizada.

Após se deslumbrar com os dois monumentos, atravesse a Pont St-Louis, que faz a conexão com as duas ilhas. Imediatamente percebe-se a diferença: não há carros pelas ruas e pouquíssimas pessoas caminham por elas. Segui pela rua central da ilha, a Rue St-Louis em I’îlle. Para acompanhar o passeio, um sorvete é uma excelente opção. É na rua citada que se encontra a famosa sorveteria Berthillon, admirada pelos sorvetes produzidos com produtos naturais, sem conservantes. Entretanto, quando visitei a ilha em julho, confirmei uma informação: ela estava fechada! Por mais incrível que pareça, a Berthillon fecha suas portas no verão. Isso mesmo! A família que comanda o empreendimento sai de férias para aproveitar o calor, assim como vários franceses. Uma sorveteria que fecha no verão?! Quem pode, pode, não é mesmo?

Sorvete da Amorino

Sorvete da Amorino

Felizmente, há outras opções incrivelmente saborosas e que agradam – e muito – tanto o paladar quanto os olhos. Encontre uma sorveteria da Amorino (o que não será difícil) e peça um sorvete. A habilidade e a delicadeza em transformar uma simples bola de sorvete em pétalas de flor já valem o preço. Mas não a deixe derreter quando chegar o pôr do sol e você se deparar com os últimos raios cobrindo a fachada da Catedral de Notre Dame… É para embasbacar!

Autor: Márcio Carvalho Jardim

É escritor e administra os blogs "Tô indo para a Itália" e "Tô indo para a França". É autor do livro/guia "Tô indo para a Itália" e o seu próximo, sobre sua viagem para a França, está previsto para lançamento em agosto/2014.

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